Bem-vindo Visitante!!!

A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:

 “Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre”. (José Saramago)

 

Esse pensamento de Saramago expressa muito bem o que eu penso sobre o que existe no mundo. Há sempre mais o que ver, pensar, escrever, intuir. Tudo  o que  nos rodeia emite em cada um de nós uma sensação que é guiada pela nossa percepção, e como cada um tem o seu modo de ver, para mim “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”. Tudo me parece tão poético quanto o librar de um colibri diante de uma  flor.